sexta-feira, 10 de junho de 2016

GPESEG Explica!: Incompatibilidade Medicamentosa



Incompatibilidade medicamentosa

Por: Samara Oliveira Moreira

A incompatibilidade medicamentosa caracteriza-se pela sua ocorrência in vitro, ou seja, a ocorrência de tal interação acontece antes da administração no organismo1. Isso se deve a diluição de dois ou mais medicamentos no mesmo recipiente, a administração concomitante de medicamentos de infusão contínua e intermitente, pelo mesmo equipo ou via do cateter venoso, a administração de mais de um medicamento por uma via sem que haja a lavagem com solução neutra entre as administrações e/ou a adaptação de dispositivos de múltiplas vias (extensores em Y e/ou torneirinhas)2-4.

Sabe-se que quanto maior a gravidade do quadro clínico do paciente, maior será sua prescrição medicamentosa. Desta forma, há um risco aumentado para a presença de incompatibilidade medicamentosa em setores emergenciais e de terapia intensiva, principalmente ao se observar um aglomerado de medicamentos aprazados para um determinado horário especifico. 

É possível observar a presença de incompatibilidade medicamentosa quando está se evidencia através de precipitação de medicamentos na solução da administração e/ou equipos e/ou vias dos cateteres venosos, ou quando há mudança na coloração da solução de administração, muitas vezes tornando-se turva.

A incompatibilidade medicamentosa, quando evidenciada, é considerada um erro de administração e diluição de medicamentos, e sua consequência interfere diretamente na segurança do paciente e efeito terapêutico2. Portanto, barreiras podem ser implementadas com intuito de minimizar sua presença, tais como: formulações de guias de recomendação com vistas à melhores práticas medicamentosas; aprazamento dos horários de administração medicamentosa otimizado, de forma a compreender as propriedades medicamentosas e não pautar o horário de administração somente na rotina do setor, e, a avaliação da implantação de dispositivos de infusão intravenosa de acordo com a clínica do paciente. 

Referências
1. Moraes, CG. Análises de incompatibilidades de medicamentos intravenosos no centro de tratamento intensivo adulto do hospital das clínicas de Porto Alegre. 23 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) – Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2010.

2. Secoli, SR. Incompatibilidades em la Terapia Intravenosa: qué hacer para prevenirlas?. Enf Clín, 2009. 19 (6): 349-353. 

3. Nemec, K. et al. Standardization of infusion solutions to reduce the risk of incompatibility. Am J Health-Sys Pharm, 2008. 65 (17): 1648-54.

4. Secoli, SR. Interações medicamentosas: fundamentos para a prática clínica da enfermagem. Rev Esc Enf USP, 2001. 35(1): 28-34.



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