sexta-feira, 8 de novembro de 2019

GPESEG EXPLICA! A comunicação efetiva e sua importância para alcançar um cuidado adequado em saúde

Por: Giovanna Calispto de Rezende. Acadêmica de Enfermagem da Escola de Enfermagem Anna Nery. Membro do Grupo de Pesquisa e Extensão em Segurança e Sustentabilidade em Saúde - GPESEG.



Você já deve ter ouvido falar em técnicas de passagem de plantão, técnica SBAR, Read Back, entre outras. Essas são ferramentas usadas para melhorar e padronizar a transição do cuidado, que é uma das etapas do processo de cuidar.O termo Transição do cuidado, apesar de não existir um conceito global, é usado para descrever qualquer momento do processo de cuidado em que haja transferência de responsabilidade sobre determinado paciente entre profissionais, unidades ou níveis de saúde, não implicando na retirada total de responsabilidade do profissional que está compartilhando o cuidado sobre o cliente. Esse conceito se refere a vários pontos dentro do serviço onde o paciente se move, seja ele entre unidades, setores ou entre pessoas, e diz respeito inclusive à transferência do hospital para casa, onde a responsabilidade é transferida para o próprio paciente, que será o autor do seu próprio cuidado. A Sociedade Americana de Geriatria, por exemplo, define que a transição do cuidado é um conjunto de ações que objetivam garantir a coordenação e continuidade do cuidado quando os pacientes se transferem entre diferentes locais ou serviços de saúde.3
Tendo em vista a finalidade de continuar o cuidado com qualidade, deve-se ter em mente que o estabelecimento de comunicação efetiva durante o processo de transição é crucial para se obter êxito e garantir a segurança em saúde. Estratégias existem para facilitar esse processo e um desafio durante as transferências é identificar métodos adequados para que diminua a perda de informação e dados clínicos importantes, já que a falta de comunicação dentro do serviço fala a favor de atenuação dos problemas. Para ilustrar a relevância desse tópico, o Ministério da Saúde elaborou um cartaz sobre as metas de segurança do paciente e destacou como meta 2: Melhorar a comunicação efetiva.
Desse modo, devemos lançar mão de estratégias e ferramentas que se adaptem a realidade de cada unidade ou setor para que haja declínio em níveis aceitáveis de eventos adversos e, não menos importante, valorizar a educação em saúde, incorporando o conteúdo de segurança do paciente para que os profissionais tenham uma postura diferente nesse quesito.
Referências:
1 ALVES M, MELO CL. Transferência de cuidado na perspectiva de profissionais de Enfermagem de um pronto-socorro. REME – Rev Min Enferm. 2019.
2 BARCELLOS, G.B. Comunicação entre os profissionais de saúde e a segurança do paciente. In: SOUSA, P.; MENDES, W. (Org.). Segurança do Paciente: criando organizações de saúde seguras. Rio de Janeiro: EditoraFiocruz, 2014. p: 139 – 155.
3Transitions of Care: Technical Series on Safer Primary Care. Geneva: World Health Organization; 2016.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

GPESEG EXPLICA! Gerenciamento de resíduos e sua associação a infecções hospitalares


Por: Cintia de Carvalho da Silva. Acadêmica de Enfermagem da Escola de Enfermagem Anna Nery. Membro do Grupo de Pesquisa e Extensão em Segurança e Sustentabilidade em Saúde- GPESEG.

O gerenciamento de resíduos se apresenta como um beneficiário nos cuidados e prevenções de danos ao meio ambiente, um ambiente saudável e livre de doenças contribui para as futuras gerações e para a atual, uma vez que aumenta a qualidade de vida enquanto diminui os riscos químicos e físicos e contribui para uma maior responsabilidade ecológica.  Na década de 90 surge o conceito de biossegurança que previne os riscos e reduz os danos causados ao meio ambiente devido aos resíduos hospitalares, sejam eles matérias, medicamentos, etc. Ela promove o cuidado ao ser humano e ao meio ambiente e garante sustentabilidade a todas as formas de vida. Ao longo dos anos várias medidas foram criadas nos hospitais para prevenir os riscos de infecções. Na década de 80 foi criado o CCIH e posteriormente o programa de controle de infecção hospitalar. Juntamente com a resolução 33 da legislação brasileira, busca-se a diminuição de resíduos e o encaminhamento dos mesmos para um local apropriado e seguro garantindo a proteção do trabalhador, da sociedade e do meio ambiente. Segundo o gerador de risco de serviços de saúde são preconizados as seguintes diretrizes: segregação, acondicionamento, identificação, classificação, destinação final e tratamento. Essas medidas de precaução, prevenção e controle requerem uma sensibilização da comunidade envolvida, engajamento dos atores socais por meio do ensino pelo profissional que deve considerar a periculosidade dos resíduos e cuidar de si e do outro, desenvolvendo responsabilidade ecológica. A promoção a saúde envolve isso também. A resistência antimicrobiana vem aumentando e a taxa de infecção hospitalar ultrapassa a preconizada pela OMS, acarretando um impacto negativo nos hospitais. A falta de informação e de atualização dos profissionais de saúde, incluindo o enfermeiro que é o gerenciador de cuidados, afeta muito. Os hospitais e os profissionais não seguem a legislação ou não possuem estrutura para segui-la, não possuem um controle bacteriológico documentado, seja por falta de rigor ou por falta de informação. Portanto, os agentes de saúde e os profissionais de saúde devem ser o elo principal no controle da IH, respeitando a bioética e legislação, para contribuir com um meio ambiente livre de resíduos que gerem tais infecções e coloquem a vida de pacientes e funcionários em risco.

Referências:

1)    Gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde: biossegurança e o controle das infecções hospitalares. BE Kreutz - Texto & Contexto Enfermagem; 2004. Disponível em: redalyc.org

2)      Riscos infecciosos imputados ao lixo hospitalar realidade epidemiológica ou ficção sanitária?Zanon - Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 1990 - SciELO Brasil.

3)      A prevenção e o controle de infecções: um estudo de caso com enfermeiras. RT Fontana, L Lautert – Revista brasileira de enfermagem. Brasília. Vol. 59, n …, 2006. Disponível em:  lume.ufrgs.br