Por: Tainã Clarissa Santos da Silva de Oliveira
Com o aumento da incidência de casos de câncer no Brasil e o avanço no tratamento da doença através da administração de medicamentos antineoplásicos, ou seja, de quimioterapia, surge a necessidade de pensar no contexto da assistência que vai além da tradicional relação profissional-paciente, mas também em como os profissionais e as instituições de saúde lidam com o ambiente hospitalar.
A segurança e sustentabilidade são cada dia mais pensadas e valorizadas no que tange a área de assistência em saúde, visando o equilíbrio entre o aperfeiçoamento da assistência e o desenvolvimento de ações sustentáveis, tanto com o foco na área econômica quanto relacionado ao meio ambiente, tendo como um de seus seguimentos, o gerenciamento efetivo e eficaz dos resíduos gerados pelas instituições de saúde.
Resíduos de serviços de saúde (RSS) são, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, classificados em 5 grupos a saber: A – resíduos potencialmente infectantes; B – resíduos com risco químico; C – rejeitos radioativos; D – resíduos comuns e recicláveis; E- materiais perfurocortante (1).
Os resíduos quimioterápicos pertencem ao grupo B, e são aqueles resultantes das atividades de manipulação de produtos antineoplásicos, tais como agulhas, seringas, dispositivos para punção venosa, equipos, ampolas, algodão, frascos de medicamentos quimioterápicos, frascos de soro, esparadrapos e adesivos, catéteres em geral, filtros, máscaras, luvas e demais materiais que entram em contato com o paciente ou com os medicamentos quimioterápicos, bem como as excretas do paciente (suor, urina, fezes e vômitos) e os materiais de limpeza que entram em contato com elas (2).
Devido a grande toxicidade dos medicamentos antineoplásicos, os seus resíduos são considerados altamente perigosos para quem os manipula sem a proteção preconizada.
Os efeitos nocivos relacionados a exposição inadequada são mutagenicidade, infertilidade, aborto, malformações congênitas, genotoxicidade, câncer, irregularidades menstruais, perda de cabelo e sintomas imediatos, como tontura, cefaleia, náuseas, vômitos, irritação da garganta e dos olhos, alterações de mucosa, bem como possíveis reações alérgicas e cutâneas (2).
Por isso, o manejo adequado dos resíduos quimioterápicos deve estar sempre em pauta nas discussões e atividade de educação permanente dos profissionais que prestam assistência aos pacientes oncológicos na terapia infucional, em especial enfermeiros e profissionais de limpeza, que estão sempre em contato direto com esses tipos de resíduos.
Leia mais em: http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/manual_quimioterapia_2015.pdf
Referências:
1. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (Brasil). Resolução – RDC/ANVISA nº 306, de 7 de dezembro de 2004 Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.
2. Manual de boas práticas: exposição ao risco químico na central de quimioterapia: conceitos e deveres / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva; organização Giselle Gomes Borges, Zenith Rosa Silvino. – Rio de Janeiro: Inca, 2015.
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