Por: Jennifer Amazonas
A
Aliança Mundial para Segurança do Paciente, criada em 2004 pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), associou-se a Joint
Commission International e implantou seis metas internacionais de segurança
do paciente. A quinta meta "higienizar as mãos com frequência para evitar
infecções" diz respeito a garantia de um cuidado mais seguro a ser
prestado pelos profissionais de saúde, minimizando o risco de infecção ao qual
os pacientes estão expostos, principalmente os que se encontram em uma
instituição de saúde (ANVISA).
A Portaria do Ministério da Saúde
número 1377, de 9 de julho de 2013, aprovou o "protocolo para a prática de
higiene das mãos em serviços de saúde". Este objetiva estabelecer e promover
a prática da higienização das mão nos serviços de saúde, a fim de prevenir e
controlar as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). Dessa forma,
pode-se certificar a segurança não só do próprio paciente, como também dos
profissionais de saúde e de todos os envolvidos no processo de assistência (BRASIL,
2013).
A higienização das mãos deve ser
realizada nos locais onde ocorre o atendimento, sendo necessário para a sua
prática o fácil acesso e a disponibilização dos produtos ao alcance das mãos,
ou seja, o mais próximo possível do profissional. O produto mais comum a ser
utilizado é a preparação alcoólica para as mãos, que deve estar em
dispensadores fixados na parede, fixados à cama ou à mesa de cabeceira do
paciente e nos carrinhos de curativos ou junto aos medicamentos levados ao
ponto de assistência (BRASIL, 2013).
O protocolo supracitado explica que,
segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o termo "higiene das
mãos" engloba a higiene simples das mãos, a higiene antisséptica das mãos
e a fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica, sendo esta sob a
forma líquida ou gel, espuma e outras. Em sequência, o protocolo cita os cinco
momentos para a higienização das mão, sendo eles: antes de contato com o
paciente; antes da realização de procedimento; após exposição à fluidos
corporais; após contato com o paciente; e após contato com as áreas próximas ao
paciente (BRASIL, 2013).
Encontram-se também nesse protocolo
os procedimentos operacionais para a realização da higiene simples e da higienização
antisséptica, que se mostram detalhadamente explicados através da descrição de
sua técnica e acompanhados por ilustrações para melhor compreensão. Além disso,
aborda cuidados especiais como o cuidado com o uso de luvas e os cuidados com a
pele das mãos, nos quais cita medidas a serem tomadas, visando assegurar a
adoção desses cuidados (BRASIL, 2013).
A higienização das mãos é uma
prática simples, rápida e fácil de ser adotada, além de imprescindível para a
prevenção das IRAS. Quando realizada de forma cuidadosa e frequente,
relaciona-se diretamente com a segurança do paciente por reduzir a manifestação
de eventos adversos provenientes do cuidado e, consequentemente, minimizar os
custos assistenciais, o período de internação e as taxas de morbimortalidade (DERHUN
et al, 2016).
Apesar de sua eficiência, a
higienização das mãos é um processo ainda pouco adotado pelos membros da equipe
multidisciplinar, podendo estar relacionado ao despreparo dos mesmos na
identificação dos momentos certos para adotá-lo. Desse modo, vale ressaltar o
emprego de estratégias que incluam: a instrução da equipe e programas
motivacionais, a adoção de produtos alcoólicos considerados padrão ouro, o uso
de indicadores de desempenho, e o forte comprometimento de todas as partes
envolvidas no processo de cuidar (DERHUN et
al, 2016).
Compreende-se que a adoção de
medidas que reduzam ou eliminem o risco de exposição dos pacientes a eventos
adversos é essencial para a manutenção de sua segurança. Essas medidas podem
ser simples como a demonstração da técnica e dos momentos adequados para a
higiene através de cartazes ilustrativos presentes nos setores ou de simulações
ou como a apresentação e disponibilização do protocolo para consulta. Isso
permite o estímulo a essa prática dentro do âmbito da saúde por parte de todos
os membros da equipe, ressaltando sua importância e garantindo a qualidade no
cuidado a ser prestado.
REFERÊNCIAS:
ANVISA.
Segurança do paciente, profissional de saúde, apresentação. Disponível em: <http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/apresentacao>
Acessado em: 10 de janeiro de 2017.
BRASIL.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n. 1377, de 9 de julho de 2013. Aprova os
Protocolos de Segurança do Paciente. Brasília, 2013.
DERHUN,
F. M. et al. Conhecimento de profissionais de enfermagem sobre higienização das
mãos. Cogitare Enfermagem, v. 21, n. 3, 2016. Disponível em: <http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/45588>
Acessado em: 30 de janeiro de 2017.
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