terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

GPESEG Explica! - Higienização das mãos


Por: Jennifer Amazonas

   A Aliança Mundial para Segurança do Paciente, criada em 2004 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), associou-se a Joint Commission International e implantou seis metas internacionais de segurança do paciente. A quinta meta "higienizar as mãos com frequência para evitar infecções" diz respeito a garantia de um cuidado mais seguro a ser prestado pelos profissionais de saúde, minimizando o risco de infecção ao qual os pacientes estão expostos, principalmente os que se encontram em uma instituição de saúde (ANVISA).
            A Portaria do Ministério da Saúde número 1377, de 9 de julho de 2013, aprovou o "protocolo para a prática de higiene das mãos em serviços de saúde". Este objetiva estabelecer e promover a prática da higienização das mão nos serviços de saúde, a fim de prevenir e controlar as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). Dessa forma, pode-se certificar a segurança não só do próprio paciente, como também dos profissionais de saúde e de todos os envolvidos no processo de assistência (BRASIL, 2013).
            A higienização das mãos deve ser realizada nos locais onde ocorre o atendimento, sendo necessário para a sua prática o fácil acesso e a disponibilização dos produtos ao alcance das mãos, ou seja, o mais próximo possível do profissional. O produto mais comum a ser utilizado é a preparação alcoólica para as mãos, que deve estar em dispensadores fixados na parede, fixados à cama ou à mesa de cabeceira do paciente e nos carrinhos de curativos ou junto aos medicamentos levados ao ponto de assistência (BRASIL, 2013).
            O protocolo supracitado explica que, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o termo "higiene das mãos" engloba a higiene simples das mãos, a higiene antisséptica das mãos e a fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica, sendo esta sob a forma líquida ou gel, espuma e outras. Em sequência, o protocolo cita os cinco momentos para a higienização das mão, sendo eles: antes de contato com o paciente; antes da realização de procedimento; após exposição à fluidos corporais; após contato com o paciente; e após contato com as áreas próximas ao paciente (BRASIL, 2013).
            Encontram-se também nesse protocolo os procedimentos operacionais para a realização da higiene simples e da higienização antisséptica, que se mostram detalhadamente explicados através da descrição de sua técnica e acompanhados por ilustrações para melhor compreensão. Além disso, aborda cuidados especiais como o cuidado com o uso de luvas e os cuidados com a pele das mãos, nos quais cita medidas a serem tomadas, visando assegurar a adoção desses cuidados (BRASIL, 2013).
            A higienização das mãos é uma prática simples, rápida e fácil de ser adotada, além de imprescindível para a prevenção das IRAS. Quando realizada de forma cuidadosa e frequente, relaciona-se diretamente com a segurança do paciente por reduzir a manifestação de eventos adversos provenientes do cuidado e, consequentemente, minimizar os custos assistenciais, o período de internação e as taxas de morbimortalidade (DERHUN et al, 2016). 
            Apesar de sua eficiência, a higienização das mãos é um processo ainda pouco adotado pelos membros da equipe multidisciplinar, podendo estar relacionado ao despreparo dos mesmos na identificação dos momentos certos para adotá-lo. Desse modo, vale ressaltar o emprego de estratégias que incluam: a instrução da equipe e programas motivacionais, a adoção de produtos alcoólicos considerados padrão ouro, o uso de indicadores de desempenho, e o forte comprometimento de todas as partes envolvidas no processo de cuidar (DERHUN et al, 2016).
            Compreende-se que a adoção de medidas que reduzam ou eliminem o risco de exposição dos pacientes a eventos adversos é essencial para a manutenção de sua segurança. Essas medidas podem ser simples como a demonstração da técnica e dos momentos adequados para a higiene através de cartazes ilustrativos presentes nos setores ou de simulações ou como a apresentação e disponibilização do protocolo para consulta. Isso permite o estímulo a essa prática dentro do âmbito da saúde por parte de todos os membros da equipe, ressaltando sua importância e garantindo a qualidade no cuidado a ser prestado.
             

REFERÊNCIAS:
ANVISA. Segurança do paciente, profissional de saúde, apresentação. Disponível em: <http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/apresentacao> Acessado em: 10 de janeiro de 2017.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n. 1377, de 9 de julho de 2013. Aprova os Protocolos de Segurança do Paciente. Brasília, 2013.

DERHUN, F. M. et al. Conhecimento de profissionais de enfermagem sobre higienização das mãos. Cogitare Enfermagem, v. 21, n. 3, 2016. Disponível em: <http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/45588> Acessado em: 30 de janeiro de 2017.

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