Por: Mariana Soares Bronziado dos Santos.
De acordo com o Painel Consultivo Nacional de Úlcera de Pressão ( NPUAP), organização norte-americana dedicada à prevenção e tratamento das lesões por pressão, define tais lesões como um dano localizado na pele e/ou tecidos moles decorrentes de pressão intensa e/ou prolongada associado ao cisalhamento da pele. Normalmente, ocorre em regiões com proeminências ósseas, apresentando-se em pele íntegra ou na forma de úlcera. O termo úlcera por pressão foi modificado para Lesão por pressão no ano de 2016 pelo NPUAP, a fim de esclarecer e evitar confusões em relação a terminologia e classificação das lesões por pressão.
No âmbito da Segurança do paciente, a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente criada em Outubro do ano de 2004 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), identificou no ano de 2005 seis áreas de atenção à segurança do paciente, estabelecendo 6 metas internacionais de Segurança do Paciente. Dentre essas, está a 6a meta: a prevenção e redução de lesões por pressão. A atenção, promoção e execução dessa meta é de grande importância, visto que, a ocorrência de lesões por pressão reduz a qualidade de vida do paciente pelo fato de ser uma lesão muitas vezes dolorosa e incômoda, o expõe a infecções, retarda sua recuperação e pode ser associada também à sepse e mortalidade. Além disso, aumenta os gastos dos serviços de saúde, pois será necessário mais material para tratamento da lesão por pressão e o prolongamento da internação do paciente.
Conforme o estudo “Custo direto dos curativos de úlceras por pressão em pacientes hospitalizados” realizado por LIMA, A.F.C. et all (2016) , a causa das lesões por pressão é multifatorial, podendo ser por fatores intrínsecos e extrínsecos, como idade do paciente, condição de mobilidade, estado nutricional e nível de consciência. Pacientes que possuem dificuldade para identificar o momento da troca de posição ou que possuem perda de sensibilidade, também são um grupo de risco para ocorrência de lesões por pressão.
As lesões por pressão são classificadas de acordo com o NPUAP em: Lesão por Pressão Estágio 1: Pele íntegra com eritema que não embranquece; Lesão por Pressão Estágio 2: Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da derme; Lesão por Pressão Estágio 3: Perda da pele em sua espessura total; Lesão por pressão Estágio 4: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular; Lesão por Pressão Não Classificável: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular não visível e Lesão por Pressão Tissular Profunda: descoloração vermelho escura, marrom ou púrpura, persistente e que não embranquece. Além disso, há definições adicionais: Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico e Lesão por Pressão em Membranas Mucosas.
O cuidado e a segurança do paciente devem ser realizados com uma abordagem interdisciplinar por parte de toda a equipe de profissionais que cercam o paciente. Nesse contexto, a Enfermagem, possui um papel de grande importância na prevenção das Lesões por pressão, pois está constantemente em contato direto com o paciente e sua família. Através da sistematização do cuidado de Enfermagem e o cumprimento adequado de Diretrizes e protocolos para com a segurança do paciente, as lesões por pressão podem ser evitadas, dessa forma, proporcionando ao paciente uma assistência organizada com base no estudo científico. A sistematização na assistência de Enfermagem visando a prevenção das lesões por pressão possuem as seguintes etapas: histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem, planos de cuidados de enfermagem e evolução de enfermagem.
Por fim, com o intuito de promover a prevenção da ocorrência de lesões por pressão, foi criado no ano de 2013 o “Protocolo para prevenção de úlcera por pressão” que deve ser aplicado a todo indivíduo que se encontra vulnerável independente da faixa etária. Grande parte dos casos de lesões por pressão podem ser evitados por meio da identificação do paciente em risco e das intervenções necessárias para prevenção. De acordo com esse Protocolo, existem seis etapas essenciais para a prevenção da lesão por pressão que devem ser adequadamente implementadas que são: etapa 1- avaliação de lesão por pressão na admissão de todos os pacientes; etapa 2- reavaliação diária de risco de desenvolvimento de lesão por pressão (LPP) de todos os pacientes internados; etapa 3-inspeção diária da pele; etapa 4- manejo da umidade: manutenção do paciente seco e com a pele hidratada; etapa 5- otimização da nutrição e da hidratação e etapa 6- minimizar a pressão.
Referências Bibliográficas:
BRASIL. Ministério da saúde. Protocolo para prevenção de
Úlcera por pressão. 2013. Disponível em: http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/ulcera-por-pressao Acesso em: 18. Jul. de 2017.
CALIRI, M.H.L. et all. Classificação das Lesões por Pressão - Consenso NPUAP 2016 - Adaptada Culturalmente para o Brasil. Disponível em: http://www.sobest.org.br/textod/35 acesso em: 16 jul. de 2017.
LIMA, A.F.C. et all. Custo direto dos curativos de úlceras por pressão em pacientes hospitalizados. Rev Bras Enferm [Internet]. 2016 mar-abr;69(2):290-7. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v69n2/0034-7167-reben-69-02-0290.pdf acesso em: 18 jul. de 2017.
RODRIGUES, M.M. et all. Sistematização da assistência de Enfermagem na prevenção da lesão tecidual por pressão. Cogitare Enferm 2008 Out/Dez; 13(4):566-75. Disponível em: http://www.redalyc.org/html/4836/483648981013/ acesso em: 24 jul. de 2017.
VASCONCELOS, Josilene de Melo Buriti; CALIRI, Maria Helena Larcher. Ações de enfermagem antes e após um protocolo de prevenção de lesões por pressão em terapia intensiva. Esc. Anna Nery vol.21 no.1 Rio de Janeiro 2017 Epub Jan 16, 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452017000100201&lang=pt acesso em : 24 jul. de 2017.
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