Por: Jennifer Amazonas
A Aliança Mundial para Segurança do Paciente criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2004, implantou seis metas internacionais de segurança do paciente, em associação com a Joint Commission International. A quarta meta "assegurar cirurgia em local de intervenção, procedimento e paciente corretos" tem a finalidade de garantir a ocorrência de um procedimento cirúrgico adequado e seguro, atendendo às necessidades do cliente (ANVISA).
O Ministério da Saúde através de sua Portaria número 1377, de 9 de julho de 2013, aprovou o protocolo de segurança do paciente conhecido como "protocolo para cirurgia segura", que apresenta como objetivo determinar medidas que diminuam a incidência de eventos adversos e a mortalidade cirúrgica, elevando a segurança do paciente por meio do uso da Lista de Verificação de Cirurgia Segura (LVCS), instrumento desenvolvido pela OMS (BRASIL, 2013).
Estudos evidenciam a redução de incidentes e a proteção da vida com a adoção da LVCS, sendo esta fortemente recomendada. Ela se trata de uma lista que identifica, compara e verifica um conjunto de itens ou procedimentos antes e após a realização da cirurgia propriamente dita, de forma a conferir segurança tanto para os pacientes, à respeito do procedimento a ser iniciado, quanto para os profissionais de saúde, sobre a apropriada verificação da identificação do paciente e dos recursos materiais e humanos disponíveis (BRASIL, 2013).
O protocolo citado acima trata especificamente do emprego da LVCS como estratégia para a redução de falhas provenientes do processo de trabalho dos profissionais em âmbito cirúrgico. Ele apresenta detalhadamente a forma correta para a aplicação desse checklist, explicando quais as abordagens mais adequadas para cada uma das seguintes fases nele contidas: antes da indução anestésica; antes da indução cirúrgica; antes do paciente sair da sala de cirurgia (BRASIL, 2013).
Estudos mostram que o objetivo da LVCS não será alcançado se os profissionais apenas executarem a lista de forma mecânica. É necessário que eles consolidem o trabalho em equipe na instituição e promovam a cultura de segurança do paciente. Esta é tida como o resultado de processos atrelados aos comprometimentos individuais e de grupo, que determinam a destreza da administração de saúde com a gestão da segurança do paciente (CORONA & PENICHE, 2015).
A compreensão acerca das causas dos incidentes auxilia na elaboração de estratégias e ações para diminuição dos riscos e aumento da segurança do paciente. Além disso, as atitudes dos membros da equipe diante do incidente conferem aprendizado e melhoram a qualidade da assistência em saúde (GOMES et al, 2016). Dessa forma, apesar de o risco ser intrínseco ao processo cirúrgico, vê-se a possibilidade de adotar medidas que evitem sua manifestação e melhorem o desempenho dos profissionais perante a identificação dos mesmos.
REFERÊNCIAS:
ANVISA. Segurança do paciente, profissional de saúde, apresentação. Disponível em: <http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/apresentacao> Acessado em: 10 de janeiro de 2017.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n. 1377, de 9 de julho de 2013. Aprova os Protocolos de Segurança do Paciente. Brasília, 2013.
GOMES, C. D. P. P. et al. Percepçãp de uma equipe de enfermagem sobre a utilização do checklist cirúrgico. Revista SOBECC, v. 21, n. 3, p. 140-145, 2016. Disponível em: <http://revista.sobecc.org.br/sobecc/article/view/180> Acessado em: 10 de janeiro de 2017.
CORONA, A. R. P; PENICHE, A. C. G. A cultura de segurança do paciente na adesão ao protocolo da cirurgia segura. Revista SOBECC, v. 20, n. 3, 2015. Disponível em: <http://scholar.google.com.br/scholar_url?url=http%3A%2F%2Ffiles.bvs.br%2Fupload%2FS%2F1414-4425%2F2015%2Fv20n3%2Fa5210.pdf&hl=pt-BR&sa=T&oi=ggp&ct=res&cd=2&ei=10J1WKTaAoeTmAGPlKXlDg&scisig=AAGBfm1mecm_K8Gmt3YUAjmAYp2C8jfPA&nossl=1&ws=533x294> Acessado em: 10 de janeiro de 2017.
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