Por: Jennifer Amazonas
A Aliança Mundial para Segurança do Paciente foi criada em 2004 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e, junto a Joint Commission International (JCI), estabeleceu a implantação de seis metas internacionais de segurança do paciente, dentre as quais tem-se a segunda meta que diz respeito a melhoria da comunicação entre os profissionais de saúde (ANVISA).
A comunicação entre os membros da equipe, seja por meio de discussões clínicas ou de passagens de plantão à beira leito, contribui para o atendimento às demais metas internacionais de segurança do paciente, sendo fundamental para assegurar a melhoria no cuidado prestado, adequando-o às necessidades do indivíduo e impedindo ou reduzindo a manifestação de eventos adversos.
A falta de diálogo entre esses profissionais pode trazer riscos à segurança do paciente devido a atitudes como: a passagem de plantão desatenta ou com a não transmissão de informações relevantes; a não adoção do read back (ler de volta) para confirmação do nome de determinado medicamento, da dose ou da via de administração com outro profissional antes de administrá-lo; a não confirmação da identificação do paciente; o não registro no prontuário de ordens verbais ou de resultados de exames passados via telefone e a não confirmação dessas informações, dentre outras.
Vale enfatizar que essa ausência de comunicação também entre o profissional e o cliente constitui um dilema ético/moral, já que negligencia às demandas psicoespiritual e social do mesmo. O cuidado de enfermagem deve ser realizado de forma humanizada, o que inclui ações como tocar, conversar e ouvir o cliente ao qual se presta a assistência. Porém, devido à intensa rotina de seu ambiente de trabalho, essas ações acabam sendo negligenciadas pelos profissionais de saúde (POTT et al, 2013).
Tanto a comunicação verbal quanto a não verbal, expressa pelo profissional por meio do toque e do carinho, podem ser utilizadas como instrumento de interação e conferem à pessoa cuidada a sensação de segurança e de conforto. Assim, é possível se estabelecer vínculos e uma relação de confiança no cuidado a ser prestado, além de contribuir para a melhor recuperação do indivíduo (POTT et al, 2013).
Ressalta-se que a conversa com o paciente proporciona melhor prestação do cuidado na medida em que contribui para a efetividade do processo de enfermagem. Este se constitui em cinco fases que se interrelacionam e que são alcançadas através daquilo que é exposto pelo próprio paciente, suas respostas humanas (COREN/BA, 2016).
A adoção do processo de modo adequado com o uso do diálogo permite o atendimento às necessidades específicas de cada indivíduo, obtendo um cuidado contínuo, humano, individualizado e de qualidade. Com isso, pode-se adotar corretamente a sistematização da assistência de enfermagem, responsável por operacionalizar o processo e orientar o cuidado (COREN/BA, 2016).
Observa-se, portanto, que a comunicação se faz uma meta de extrema relevância a ser atingida, dada sua alta complexidade no que se refere ao cuidado prestado ao cliente, seja ele direto ou intermediado por discussões entre os membros da equipe. Por isso, destaca-se sua obtenção como essencial na garantia de um cuidado seguro e de melhor qualidade.
ANVISA. Segurança do paciente, profissional de saúde, apresentação. Disponível em: <http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/apresentacao> Acessado em: 26 de dezembro de 2016.
COREN/BA, Sistematização da Assistência de Enfermagem: um guia para a prática, 2016. Disponível em: <http://ba.corens.portalcofen.gov.br/wp-content/uploads/2016/07/GUIA_PRATICO_148X210_COREN.pdf> Acessado em: 26 de dezembro de 2016.
POTT, F. S. et al. Medidas de conforto e comunicação nas ações de cuidado de enfermagem ao paciente crítico. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 66, n. 2, p. 174-179, 2013. Disponível em: <http://search.proquest.com/openview/216a1e83dfa94f02f4f7f6e1f8258f5e/1?pq-origsite=gscholar> Acessado em: 26 de dezembro de 2016.
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