terça-feira, 3 de outubro de 2017

GPESEG Explica! - Gestão de Risco


Gestão de Risco

Por: Eric Rosa Pereira

Segundo a Organização Mundial da Saúde, Segurança do Paciente é a redução do risco de danos desnecessários associados com o cuidado de saúde (1). Partindo desse princípio, diversas instituições no mundo têm trabalhado ações de melhoria de qualidade e segurança do paciente.

Inicialmente, precisamos definir o conceito de “risco” para melhor entendimento do leitor. A palavra “Risco” surge no fim da idade média e substitui o conceito de “FORTUNA”. O conceito de atual de risco surge nos anos 60 e 70 nas seguradoras e finanças (2).

A gestão de risco tem sido destacada por políticas públicas de saúde e na elaboração de protocolos nos hospitais. Nos Estados Unidos da América, o conceito de gestão de risco tem sido utilizado no setor de saúde desde a década de 1920 como forma de minimizar os custos originados por negligências ocorridas na área da Saúde (3)

A gestão de risco pode ser definida como o processo sistemático de identificar, avaliar e tratar os riscos potencial e o risco real. Precisa expressar também as medidas que devem ser utilizadas para a redução da frequência e gravidade dos incidentes inesperados, refletindo na redução na redução das ações judiciais, além de promover a confiabilidade dos pacientes (4)

As ferramentas de gestão de risco são inúmeras para implantação e consolidação do padrão de qualidade, citaremos duas das mais utilizadas: Análise da Gravata Borboleta- BTA(Bow Tie Analysis) e Análise de Causa Raíz-RCA( Root Cause Analysis).

Vale ressaltar que a gestão de risco deve oferecer para as organizações de saúde a implementação e melhoria contínua dos processos assistenciais, a fim de prover a segurança do paciente dentro da organizaçao (5).

Análise da gravata borboleta- BTA (Bow Tie Analysis)
Os primeiros registros da metodologia de BTA apareceram na década de 1970, pela Universidade de Queensland, na Austrália. Somente em meados de 1990 é que ficou conhecida na gestão de risco.
Esta ferramenta percorre os caminhos do risco desde as causas até suas consequências. Sua principal característica é a identificação de barreiras entre as causas e o risco de suas consequências. Uma das suas vantagens é que sua representação gráfica evidencia um processo simples e fácil de compreensão para os “não especialistas”.

Análise de Causa-Raiz-  ( Root Cause Analysis)
Trata-se de uma metodologia que permite a investigação formal de incidentes que foi desenvolvida na indústria como tentativa de descobrira verdadeira causa do evento ocorrido. 
É um método que identifica as causas- raiz e fatores que contribuíram para a ocorrência de um erro. Essa análise explica a razão pela qual esse erro ocorreu e possibilita que recomendações sejam propostas a fim de evitar sua ocorrência novamente. 

A metodologia da análise da causa-raiz é um processo que pode ser definido em quatro etapas (6): 

1- Coleta de dados: geralmente com entrevistas com as pessoas envolvidas, estudo dos documentos de especificação do ambiente como os prontuários, entre outros meios.
2- Mapeamento de fatores de causa: o investigador organiza as informações coletadas durante a investigação e identifica lacunas na compreensão do evento à medida que a coleta de dados ocorre.
3- Identificação de causa-raiz: apresenta a relação entre o “efeito” e todas as possibilidades de “causa” que podem contribuir para tal resultado.
4- Geração e implementação de correções: são as ações corretivas para evitar a ocorrência do evento, devendo ser descritas como ações recomendadas. 

Diante do exposto, os autores verificaram a importância dos métodos de avaliação da gestão dos riscos na garantia da segurança do paciente. A análise de Causa Raiz-RCA é um método amplamente utilizado nas instituições de saúde. Vale ressaltar a necessidade de uma aproximação e aprimoramento da técnica com vistas a um cuidado mais seguro.

Sugerimos o artigo intitulado Aplicação da Análise Causa Raiz como ferramenta na gestão de segurança hospitalar publicado no ano de 2015 para uma leitura mais aprofundada.


Referências
1- Souza NTC. Erro médico e hospital. Campinas [SP]: Editora LZN,2003, Responsabilidade civil e penal do médico, p.21-53.
2- Runciman W, Hibbert P, Thompsom R, Van Der Scchaaf T, Sherman H, Lewalle P. Towards na International Classification for Patient Safety: Key concepts and terms. Int J Qual Health Care. 2009; 21[1]: 18-26
3- Taublid D. Controle da Qualidade Total, da teoria à prática em um grande hospital: abordagem teórica da qualidade. Rio de Janeiro: qualitymark; 1998,p.13
4- World Health Organization. Financiamento dos Sistemas de saúde: caminho para a cobertura universal: relatório mundial da saúde. Genebra: WHO; 2010.
5- Consórcio Brasileiro de Acreditação. Padrões de Acreditação da Joint Commission International para hospitais. 4 ed. Rio de Janeiro [RJ]: CBA:2010.
6- Fonseca, AS, Peterline,FL, Costa,DA. Segurança do Paciente. São Paulo[SP]: Martinari;2014.Cap.12, 133-141,Ferramentas para gestão de risco.


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