Eventos Adversos em Terapia Intravenosa: Flebite
Por: Jennifer Amazonas
Gianini
A
terapia intravenosa (TIV) se trata da administração de uma solução ou
medicamento no interior de uma veia através de dispositivos de acesso vascular
(DAV). Esse acesso pode ser feito pela punção venosa periférica, uma técnica para
administração da TIV por meio da inserção de um DAV na pele para se chegar à
luz do vaso venoso1.
A punção periférica é um
procedimento invasivo que pode levar à ocorrência de eventos adversos, incidentes
que configuram em danos à saúde1,2. Dentre as principais
complicações da TIV, tem-se a flebite. Esta se trata da inflamação da camada
mais íntima de uma veia1, sendo caracterizada pela presença de
sinais flogísticos como uma região eritematosa e quente ao longo do local de
inserção do DAV ou ao longo do trajeto da veia, dor espontânea ou à palpação no
local ou ao longo da veia e edema3.
Ela pode ser dividida em:
- Química: quando ocorre em função de uma solução ou medicamento irritante ou vesicante, de uma rápida velocidade de infusão e de uma incompatibilidade medicamentosa;
- Mecânica: quando decorre de longos períodos canulação, de cateteres em áreas flexionadas, de cateteres com calibre maiores do que a luz da veia e de má fixação de cateteres; e
- Bacteriana: quando se desenvolve devido à inadequada ou à não utilização de técnica asséptica para inserção do DAV, à falha na verificação dos equipamentos antes da utilização e à falha no reconhecimento de sinais e sintomas iniciais da flebite3.
Frequentemente, ocorrem duas ou mais
dessas categorias de flebite ao mesmo tempo3, o que pode auxiliar na
formação de coágulos sanguíneos ao longo da veia, a tromboflebite, e no
desenvolvimento da embolia, causando danos permanentes às veias1.
Dessa forma, sua prevenção, sua identificação precoce e seus tratamento são
fundamentais para garantir a segurança ao paciente em uso de TIV3.
Como prevenir?
- Adoção de técnica asséptica durante a inserção;
- Utilização de DAV de tamanho apropriado à veia;
- Seleção adequada do local de administração ao tipo de solução ou medicamento a ser infundido;
- Fixação correta do dispositivo
- Observação do sítio de punção a cada hora;
- Troca do cateter em adultos de 72 a 96 horas1,4.
A TIV é uma atividade geralmente
realizada pela equipe de enfermagem, responsável por sua instalação e
manutenção. Portanto, vale ressaltar a adoção dos cuidados preventivos por
esses profissionais como fundamentais para garantir a qualidade da assistência
ao paciente, o que exige sua: competência técnica e destreza manual; além da
supervisão direta do enfermeiro para reduzir erros e orientar e avaliar a
equipe.
REFERÊNCIAS:
1
POTTER, P. A. & PERRY, A. G. Fundamentos de Enfermagem. 8a
Edição. Rio de Janeiro: Elsevier; 2013.
2
Ministério da Saúde - MS. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA.
Resolução RDC no 36, de 25 de julho de 2013. Institui as ações para
a segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras providências.
3
BRUNNER, L. S. & SUDDARTH, D. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 13a
Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2016.
4 MURASSAKI ACY,
VERSA GLGS, BELLUCCI JÚNIOR JA, MEIRELES VC. Avaliação de cuidados de terapia
intravenosa. Esc Anna Nery 2013; 17 (1): 11-16. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452013000100002&Ing=en.
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