terça-feira, 31 de outubro de 2017

GPESEG Explica!: Eventos Adversos em Terapia Intravenosa: Flebite




Eventos Adversos em Terapia Intravenosa: Flebite

Por: Jennifer Amazonas Gianini

A terapia intravenosa (TIV) se trata da administração de uma solução ou medicamento no interior de uma veia através de dispositivos de acesso vascular (DAV). Esse acesso pode ser feito pela punção venosa periférica, uma técnica para administração da TIV por meio da inserção de um DAV na pele para se chegar à luz do vaso venoso1.

A punção periférica é um procedimento invasivo que pode levar à ocorrência de eventos adversos, incidentes que configuram em danos à saúde1,2. Dentre as principais complicações da TIV, tem-se a flebite. Esta se trata da inflamação da camada mais íntima de uma veia1, sendo caracterizada pela presença de sinais flogísticos como uma região eritematosa e quente ao longo do local de inserção do DAV ou ao longo do trajeto da veia, dor espontânea ou à palpação no local ou ao longo da veia e edema3.

Ela pode ser dividida em: 
  • Química: quando ocorre em função de uma solução ou medicamento irritante ou vesicante, de uma rápida velocidade de infusão e de uma incompatibilidade medicamentosa; 
  • Mecânica: quando decorre de longos períodos canulação, de cateteres em áreas flexionadas, de cateteres com calibre maiores do que a luz da veia e de má fixação de cateteres;  e
  • Bacteriana: quando se desenvolve devido à inadequada ou à não utilização de técnica asséptica para inserção do DAV, à falha na verificação dos equipamentos antes da utilização e à falha no reconhecimento de sinais e sintomas iniciais da flebite3.

Frequentemente, ocorrem duas ou mais dessas categorias de flebite ao mesmo tempo3, o que pode auxiliar na formação de coágulos sanguíneos ao longo da veia, a tromboflebite, e no desenvolvimento da embolia, causando danos permanentes às veias1. Dessa forma, sua prevenção, sua identificação precoce e seus tratamento são fundamentais para garantir a segurança ao paciente em uso de TIV3.

Como prevenir? 
  1.  Adoção de técnica asséptica durante a inserção; 
  2. Utilização de DAV de tamanho apropriado à veia; 
  3. Seleção adequada do local de administração ao tipo de solução ou medicamento a ser infundido; 
  4. Fixação correta do dispositivo
  5. Observação do sítio de punção a cada hora; 
  6. Troca do cateter em adultos de 72 a 96 horas1,4
A identificação precoce bem como a classificação adequada podem ser realizadas com a adoção de escalas como: de Maddox, Infusion Nurses Society (INS) e Visual Infusion Phlebitis Score (VIP). O tratamento se dá com a descontinuação do acesso e seu reinício em outro local e com a aplicação de uma compressa quente e úmida no local afetado3.

A TIV é uma atividade geralmente realizada pela equipe de enfermagem, responsável por sua instalação e manutenção. Portanto, vale ressaltar a adoção dos cuidados preventivos por esses profissionais como fundamentais para garantir a qualidade da assistência ao paciente, o que exige sua: competência técnica e destreza manual; além da supervisão direta do enfermeiro para reduzir erros e orientar e avaliar a equipe.


REFERÊNCIAS:
1 POTTER, P. A. & PERRY, A. G. Fundamentos de Enfermagem. 8a Edição. Rio de Janeiro: Elsevier; 2013.
2 Ministério da Saúde - MS. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Resolução RDC no 36, de 25 de julho de 2013. Institui as ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras providências.
3 BRUNNER, L. S. & SUDDARTH, D. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 13a Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2016.

4 MURASSAKI ACY, VERSA GLGS, BELLUCCI JÚNIOR JA, MEIRELES VC. Avaliação de cuidados de terapia intravenosa. Esc Anna Nery 2013; 17 (1): 11-16. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452013000100002&Ing=en.

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