Por: Jennifer Amazonas |
A
epidemiologia estuda a distribuição das doenças, bem como os fatores
determinantes dessa distribuição, em uma determinada população. Esses fatores
determinantes são investigados pelos epidemiologistas como forma de buscar as causas
associadas à probabilidade de apresentar ou ao risco aumentado de desenvolver
determinada doença.1 Assim, a epidemiologia atua na área das
pesquisas através do desenvolvimento de metodologias, contribuindo para a
solução de questões clínicas e como guia de decisões fundamentadas nas melhores
evidências disponíveis.2
Conforme a organização das pesquisas realizadas, existe uma variedade de desenhos de pesquisa com seus determinados roteiros e enfoques. Dentre os diferentes métodos científicos adotados, tem-se os que tratam da relação temporal entre efeito e exposição. Neste quesito, enquadram-se os estudos do tipo coorte e os estudos tipo caso-controle, explicitados a seguir:
Conforme a organização das pesquisas realizadas, existe uma variedade de desenhos de pesquisa com seus determinados roteiros e enfoques. Dentre os diferentes métodos científicos adotados, tem-se os que tratam da relação temporal entre efeito e exposição. Neste quesito, enquadram-se os estudos do tipo coorte e os estudos tipo caso-controle, explicitados a seguir:
Estudo
de coorte - ou estudo de seguimento, onde se compara uma amostra de
indivíduos divididos entre expostos e não expostos a um fator estudado
durante um período de tempo como forma de investigas a incidência de uma
doença ou situação clínica. Coorte significa que esse grupo de pessoas
apresentam como característica comum a exposição ou não ao fator em
estudo, representando um estudo analítico e longitudinal e podendo ser
prospectivo ou retrospectivo.2
Vantagens3
|
Limitações3
|
Produz
medidas diretas de risco
|
Vulnerabilidade
a perdas de integrantes
|
Possibilidade
de análise de vários desfechos
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Variáveis
de confundimento
|
Simplicidade
de desenho
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Inadequado
para doenças de baixa frequência
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Ausência
de problemas éticos dos estudos experimentais
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Alto
custo relativo
|
Facilidade
de análise
|
Na
maioria das vezes, os resultados são obtidos somente após longo prazo de
acompanhamento
|
Estudo
de caso-controle - ou estudo de caso-referência, no qual a amostra
populacional é dividida entre doentes e não doentes, sendo denominadas
respectivamente de "casos" e "controle". Nesse método,
investiga-se a exposição ou não a um fator, comparando-se as proporções de
exposição prévia. Constitui-se de um estudo analítico, longitudinal e
retrospectivo e apresenta como vantagens ser pouco oneroso aos
participantes, ser rápido e ser útil para a formulação de hipóteses. Vale
destacar que, comparado ao de coorte, esse estudo se destaca como método
de escolha para casos de doenças raras ou quando a permanência da
exposição se traduz em malefícios ao paciente.2
Vantagens3
|
Limitações3
|
Resultados
obtidos rapidamente (não precisa esperar a doença acontecer)
|
A seleção do
grupo controle é uma grande dificuldade, ocorre falta de comparabilidade
entre as características dos casos e controles
|
Baixo custo
|
Os
dados de exposição no passado podem ser inadequados (incompletos nos
prontuários ou falhos na memória das pessoas)
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Muitos fatores
de risco podem ser investigados
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Os dados de
exposição podem ser viciados (as pessoas que tiveram a doença podem lembrar
mais dos fatores de risco ou
supervalorizar”)
|
Não há
necessidade de acompanhamento dos participantes
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Interpretação
dificultada pela presença de fatores de confundimento
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Método prático
para investigação da etiologia (causas) de doenças raras
|
Conforme o exposto, os tipos de
pesquisa acima citados permitem avaliar a causalidade atrelada à manifestação
das doenças. Tal avaliação proporciona uma investigação dos fatores causais associados
aos problemas de saúde, corroborando para a identificação de determinantes das
doenças, a adoção de medidas preventivas ao surgimento de enfermidades e para orientação
quanto ao manejo clínico dos indivíduos acometidos.
Referências:
1- ALMEIDA-FILHO,N; BARRETO, M. Epidemiologia
& Saúde: Fundamentos, métodos e aplicações. Guanabara Koogan: Rio de
Janeiro, 2012.
2- HOCHMAN,
Bernardo et al. Research designs. Acta Cirúrgica Brasileira, v. 20, p. 2-9, 2005.
3- PEREIRA,
Maurício G. Epidemiologia – Teoria e
Prática. 5ª reimpressão, Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2001.
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