terça-feira, 8 de janeiro de 2019

GPESEG EXPLICA! - O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL NA CONTEMPORANEIDADE




Por: Eric Rosa Pereira

         No ano de 2002 o Ministério da Saúde publicou a portaria 2048/02 que em seu
artigo 1° aprova o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência (BRASIL, 2002). Como forma de organizar o serviço de atendimento pré-hospitalar, o Ministério da Saúde publicou ainda as portarias de número 1863 e 1864, assinadas em 18 de Setembro de 2003, instituindo a Política Nacional de Atenção às Urgências (PNAU) que preconiza a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192) em todas as unidades federativas, respeitadas as competências das três esferas da administração pública (BRASIL, 2003). Considera-se, portanto, como marco no atendimento pré-hospitalar brasileiro, pois a partir desta portaria e decretos houve uma reorganização de todo o sistema nas entidades federativas.
        De acordo com o Plano Nacional de Atendimento à Urgência e Emergência atendimento pré-hospitalar é a assistência prestada em um primeiro nível de atenção aos pacientes em situações de emergência que estão em quadros agudos de saúde de natureza traumática, clínica ou psiquiátrica, com capacidade de originar sofrimento, sequelas ou óbitos. Portanto, é o atendimento realizado a população que necessite de atendimento de saúde de urgência e emergência médicas no território brasileiro. Por isso, esse atendimento é fundamental para diminuir índice de mortalidade e morbidade, oferecendo atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde hierarquizado, regulado e integrante do Sistema Estadual de Urgência e Emergência (BRASIL, 2006).
         Este serviço é dividido em dois níveis a depender da gravidade do paciente. O Suporte Básico de Vida (SBV) busca preservar a vida da vítima na não execução de procedimentos invasivos, por meio dos profissionais que devem ser capacitados e ordenados por médicos, para realizar o atendimento necessário com eficácia. Enquanto o Suporte Avançado de Vida (SAV) faz atendimentos a usuários em estado crítico de saúde, executam procedimentos invasivos, a equipe deve operar de forma sistemática e integrada, sendo o médico um profissional essencial para esse tipo de atendimento, este que resulta nos diagnósticos, prescrição medicamentosa e executa procedimentos invasivos, e o enfermeiro se atribui na assistência de intervenções. Essa assistência pode ocorrer no local do incidente ou durante o deslocamento (FERREIRA, 2017).
        Na rede pública de saúde, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) é o principal meio de assistência aos pacientes/vítimas que necessitam de um atendimento imediato. Neste sentido, o serviço funciona através da Central de Regulação das Urgências, tendo seu acesso gratuito e de livre demanda para a população por meio do número “192”, estando disponível 24 horas por dia, todos os dias do ano. Ele atua prestando orientações ou quando se fizer necessário enviando uma ambulância com tripulação capacitada para realizar o socorro solicitado. Os atendimentos são feitos em qualquer lugar onde haja necessidade de atendimento de urgência e emergência, tais como em residências, vias públicas, locais de trabalho, dentre outros. A equipe de profissionais atuantes neste serviço é formada por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores socorristas devidamente treinados. (BRASIL, 2017)
       Neste sentido, as ambulâncias são divididas em 6 (seis) classes, ordenadas em sequência alfabética, onde a tripulação deverá ser devidamente treinada para desempenhar as funções que cada viatura irá demandar: (BRASIL, 2002).

               

TIPO
CLASSIFICAÇÃO
FUNÇÃO

A

AMBULÂNCIA DE
TRANSPORTE
REMOÇÃO SIMPLES;
DE CARÁTER COLETIVO


B


SUPORTE BÁSICO
SOCORRO A PACIENTES COM RISCO DE VIDA CONHECIDO OU NÃO;
QUE NÃO HÁ NECESSIDADE DE ATENDIMENTO MÉDICO NO LOCAL OU DURANTE O TRANSPORTE

C

AMBULÂNCIA DE
RESGATE

SOCORRO EM LOCAIS DE DIFÍCIL ACESSO (TERRESTRE, AQUÁTICO OU NAS ALTURAS)


D

AMBULÂNCIA
AVANÇADA
SOCORRO A PACIENTES QUE CORREM RISCO IMINENTE DE MORTE E NECESSITAM DE TRANSFERÊNCIA OU TRANSPORTE PARA UM HOSPITAL



E


AERONAVES DE
TRANSPORTE
1: ASAS FIXAS: TRANSPORTE DE URGÊNCIA DE PACIENTES;
2: ASAS ROTATIVAS: RESGATE, ABASTECIDA COM EQUIPAMENTOS MÉDICOS NECESSÁRIOS PARA SUPORTE A PACIENTES GRAVES

F
EMBARCAÇÃO DE
TRANSPORTE MÉDICO
ATENDIMENTO E TRANSPORTE EM VEÍCULO MOTORIZADO AQUAVIÁRIO

      Os profissionais das equipes de saúde que atuam nos serviços de emergência são peças fundamentais no processo do cuidar. Para tal, atributos como competência, habilidade motora, criatividade e sensibilidade são exigidos. O cuidar em emergência exige mais do que conhecimento técnico, ou seja, conta também com a experiência de seus profissionais, o seu “saber fazer” (RAMOS, 2005). Depreendendo-se que o serviço de atendimento pré-hospitalar necessita de profissionais proativos e com conhecimento prévio em urgência e emergência.
       Portanto, o SAMU é um ambiente específico de cuidado que requer dos seus profissionais algumas habilidades específicas a saber: senso crítico, destreza, proatividade e um treinamento contínuo aos protocolos de atendimento pré-hospitalar.





Referência:
BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de atenção às urgências / Ministério da Saúde. – 3. ed. ampl. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006. 256 p. Disponível em: < ISBN 85-334-1166-9> Acesso em: 01 ago 2018. 

BRASIL. Ministério da Saúde (BR). Portaria n. 1863/GM de 29 de setembro de 2003: Institui a Política Nacional de Atenção às Urgências. Brasília. Disponível em: http://dtr2001.saude.gov.br/samu/legislacao/leg_gm1863.htm. Acessado em 17 de dezembro de 2018.

FERREIRA, A.M.; NOBRE, J.O.C.; OLIVEIRA, L.F.M. de et al. Serviço de Atendimento Móvel de Urgência: satisfação de usuários. Rev enferm UFPE online, Recife, 11(10):3718,2017. Disponível em:< DOI: 10.5205/reuol.12834-30982-1-SM.1110201703>. Acesso em: 17 julho 2018.

2 comentários:

  1. Este texto é bastante esclarecedor. Parabéns para o autor.

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    1. obrigado. Continue acompanhando as próximas publicações...

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