sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

GPESEG Explica! – Terceiro Desafio Global para Segurança do Paciente

Por: Queila Faria

Reduzir em 50% os danos graves e evitáveis associados a medicamentos (ISMP, 2019). Essa é a ousada meta proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no Terceiro Desafio Global de Segurança do Paciente. Estima-se que US$ 42 bilhões, isto é, aproximadamente 1% do total de despesas em saúde no mundo, são utilizados em consequência de erros de medicação.

Nos Estados Unidos: Todos os dias uma pessoa morre devido a erros de medicação. Anualmente 1,3 milhões de pessoas são vítimas de danos envolvendo erros de medicação.

Para alcançar o Desafio Global foram propostas três categorias de áreas prioritárias:

Situação de alto risco: A condição clínica e a faixa etária são fatores determinantes no impacto de erros envolvendo medicamentos. Idosos e crianças estão mais suscetíveis a desfechos adversos assim como pacientes internados quando comparados a pacientes em regime ambulatoriais. Dessa forma o quadro clínico e os extremos de idade são aspectos que condicionam a denominada situação de alto risco.
Alerta! O risco de intoxicação por medicamentos em crianças deve ser rigorosamente monitorado, uma vez que, as formas farmacêuticas disponíveis não possuem dosagens e concentrações adequadas para a administração, e, as doses são individualizadas de acordo com idade, peso e área de superfície corporal, requerendo cálculos específicos.

Polifarmácia: Considera-se polifarmácia o uso de quatro ou mais medicamentos ao mesmo tempo pelo paciente (OMS, 2018). Essa condição potencializa as chances de ocorrência de erros de medicação, interações medicamentosas e reações adversas.
Alerta! Além dos medicamentos serem adequadamente prescritos, dispensados, administrados e monitorados, produzindo benefícios que se sobreponham aos riscos, os pacientes em uso de múltiplos medicamentos devem ser empoderados com informações sobre os medicamentos que permitam ao mesmo contribuir para segurança medicamentosa.
Transição do cuidado: Definida pelo deslocamento de um paciente entre instalações físicas ou profissionais com a finalidade de receber assistência em saúde. São altas as chances de erro de comunicação no momento de transição do cuidado o que consequentemente pode contribuir para a ocorrência de graves erros de medicação.
Alerta! Para evitar os erros de medicação durante as transições é fundamental a realização da conciliação medicamentosa. Consiste na elaboração de uma lista contendo todos os medicamentos de uso habitual do paciente com nome, dosagem e via de administração. Essa lista deve ser comparada com a prescrição em todas as transições do cuidado objetivando corrigir discrepâncias se houver.



REFERÊNCIAS:
ISMP. Instituto para práticas seguras no uso de medicamentos. Desafio global de segurança do paciente medicação sem danos. V.7, n.1, p. 1-7, 2018. ISMP. Instituto para práticas seguras no uso de medicamentos. VI Fórum Internacional sobre Segurança do Paciente – Erros de Medicação, 2019.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO launches global effort to halve medication-related errors in 5 years. Geneva: World Health Organization, 2017.WORLD HEALTH ORGANIZATION. Medication Without Harm - Global Patient Safety Challenge on Medication Safety. Geneva: World Health Organization, 2017.

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